Papelão e embalagens sustentáveis na América Latina
Escrito por: German Pulido | 6 de agosto de 2025
Você já pensou qual é o papel das embalagens para as corporações em nível mundial? Elas guardam produtos, otimizam a logística, diferenciam marcas e se alinham a demandassustentáveis. Nesse contexto, o papelão, quando proveniente de fontes renováveis, é uma alternativa reciclável e de menor impacto frente a materiais de embalagens menos sustentáveis e seu valor vai além: considerado um termômetro da economia mundial, o “índice de caixas de papelão” é um forte indicador da atividade industrial e comercial.
A ascendente consciência ambiental na América Latina fortalece essa tendência. Segundo o relatório Sustain to Gain Latam 2024, 28% da população se considera “eco-ativa” e busca produtos com menor impacto, e 36% esperam que as marcas liderem ações ambientais. Sua aplicação no varejo, e-commerce e setor alimentício reforça seu valor ao unir proteção e experiência de marca.
No entanto, a adoção plena do papelão na produção de embalagens latino-americana ainda depende de avanços estruturais e regulatórios. A consolidação de uma cadeia de suprimentos verdadeiramente circular exige materiais sustentáveis, políticas eficazes, infraestrutura de reciclagem e engajamento das companhias.
Entre o progresso e os desafios: panorama das embalagens sustentáveis na América Latina
A crescente preferência por embalagens sustentáveis por parte dos consumidores latino-americanos vai de encontro a desafios na aplicação dessas soluções. Por um lado, há movimentação em direção a modelos mais responsáveis, como a aplicação de critérios de ecodesign, o fortalecimento de marcos regulatórios e o crescimento das certificações ambientais. Por outro, persistem obstáculos, como a limitação da infraestrutura de reciclagem, a ausência de padronização regulatória e a necessidade de maior educação sobre circularidade.
Embora a reciclagem ainda enfrente barreiras estruturais, como a baixa taxa de reciclagem de resíduos e coleta seletiva desigual, há sinais de mudança consistentes rumo à implementação de soluções sustentáveis na região. Segundo a Euromonitor, a América Latina:
- É a região mais preocupada com as mudanças climáticas;
- Lidera o interesse por gerar impacto ambiental positivo;
- Aponta embalagens biodegradáveis e recicláveis como as mais alinhadas à sustentabilidade.
Diante desse cenário, investir em educação, regulação e modelos circulares acessíveis é essencial. A embalagem se torna, assim, um canal direto de inovação e conexão com consumidores conscientes – e é nesse contexto que o papelão se destaca como protagonista.
O papelão como ponte entre propósito e desempenho
A embalagem é um recurso decisivo diante de consumidores atentos à coerência entre discurso e prática. Funcionalidade, estética e sustentabilidade se complementam quando o material escolhido reforça o posicionamento da marca e enriquece a experiência do cliente.
Nesse sentido, o papelão se destaca ao aliar proteção, leveza e resistência com alta adaptabilidade a diferentes contextos. Sua reciclabilidade e origem renovável o tornam compatível com operações que buscam eficiência sem abdicar da responsabilidade ambiental.
Em projetos desenvolvidos pela Smurfit Westrock, o papelão atua como expressão da identidade visual da marca e contribui para uma jornada de consumo mais fluida e consciente. Embalagens podem ser desenhadas para facilitar o descarte, orientar o uso e comunicar o compromisso ambiental por meio de escolhas de design e material.
Como a Socoda redesenhou sua operação com embalagens de papelão
A inovação em embalagens vai além da escolha dos materiais, ela está na forma como são aplicados com base em dados, contexto e objetivos de negócio.
Na Smurfit Westrock, esse processo é conduzido por metodologias proprietárias (como SupplySmart, ShelfSmart e eSmart) que combinam inteligência de mercado, análise de desempenho e simulações para criar soluções eficientes, sustentáveis e adaptadas à realidade de cada cliente.
Essa abordagem se traduz em resultados tangíveis. Um exemplo é o caso da Socoda, referência em móveis de cozinha na Colômbia. As embalagens de plástico-bolha usadas anteriormente geravam impactos ambientais e uma taxa de devoluções de até 32%, causadas por danos a componentes frágeis. Com o apoio da metodologia SupplySmart, redesenhamos a solução: papelão ondulado em duas peças, cantos reforçados e janelas de visualização. O impacto foi imediato:
- Eliminação do uso de materiais não recicláveis;
- Redução de 13,2 toneladas de plástico e 32,8 toneladas de CO₂;
- Economia de mais de US$ 82 mil em dois anos;
- Taxa de devoluções reduzida a zero.